falo de um espelho secreto entre os meus dedos
um espelho que reflecte múltiplas imagens
um espelho que
de cada vez que alguém chama por um nome inteiro
sucede nele um tremor de terra
e o espelho quebra
ficam então os estilhaços dele
entre os meus dedos
que entraram abruptamente no meu cérebro
vejo agora e de mais perto
um rapaz com asas e sem lágrimas:
um fantasma branco de nuvens e cabelos...
Maria Azenha