Finjo que és quase nada 
És só mais uma fotografia 
Clandestina numa pasta 
Dum arquivo do qual só eu 
Conheço a palavra-passe 
E minto-me cada vez 
Que abro essa pasta e digito 
A palavra que só eu sei 
E que compõe 
A password que é 
O teu e o meu nome 
Enrredados 
Escritos em letra minúscula 
Finjo que foste quase nada 
E afinal trago tatuado 
Em meu subsistir 
O teu nome em letra imperceptivel 
Que se retém 
Nas reminiscências dos meus dias 
Finjo que és quase nada 
E sei que afinal 
és quase tudo... 
Piedade Araujo Sol
